a todos aqueles que um dia recusaram uma dança e deixaram uma mão qualquer estendida, e decepcionada, no ar...
É só uma dança meu bem, não pense mal de mim, não é só porque te quero assim, despedida da moral de meios e fins, que não posso querer você para bailar, corpos a girar porque o mundo está assim também querida, a rodar. Aos conhaques que brindamos, aos prazeres mundanos, aos meios por eles mesmos, à dança por ela mesma, à sensualidade por si só, mesmo eu, tão cientista e conservador, me dou ao direito de ser assim, por momentos a só me importar com os próprios. Ora querida, qual o problema de corpos a bailar por salas quase escuras, alienar-se dos sentimentos externos, do mundo inteiro, para ficar assim, a viver a dança nela mesma, por ela mesma, sem poréns, nem depois, tampouco antes, é só um momento que se deixou de viver se não bailou.