a todos aqueles que um dia recusaram uma dança e deixaram uma mão qualquer estendida, e decepcionada, no ar...
É só uma dança meu bem, não pense mal de mim, não é só porque te quero assim, despedida da moral de meios e fins, que não posso querer você para bailar, corpos a girar porque o mundo está assim também querida, a rodar. Aos conhaques que brindamos, aos prazeres mundanos, aos meios por eles mesmos, à dança por ela mesma, à sensualidade por si só, mesmo eu, tão cientista e conservador, me dou ao direito de ser assim, por momentos a só me importar com os próprios. Ora querida, qual o problema de corpos a bailar por salas quase escuras, alienar-se dos sentimentos externos, do mundo inteiro, para ficar assim, a viver a dança nela mesma, por ela mesma, sem poréns, nem depois, tampouco antes, é só um momento que se deixou de viver se não bailou.
Um comentário:
Olha, já era fã do Cabelo, do seu blog... mas quando fiquei sabendo que uma certa amiga dele, linda, iria visitá-lo por esses dias, tomei coragem para fazer um comentário nessa série da dança, que começa com "a não-dança" mas, felizmente, passa para "a dança"... (sem dúvida, é a que eu mais gosto: simplesmente, sem comentários!)
"...Se eu te tirar pra dançar
e não souber te levar
Há de merecer coração
alí, me resgatar no salão
Você demora a me ver
E eu a pensar no dizer
Não sou nenhum de Moraes
Nem 'tudo na mais santa paz'
(...Mas...)
E se eu te dissesse que vim
predestinado à você
Talvez sorrisse pra mim
me desvendasse o porquê
Só que tenho um medo sem fim
de te perder sem te ter
Melhor deixar tudo assim
aliás, o que estava a dizer..."
Rafael
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