Anda um tanto quanto cansado dessa ausência ao seu lado. Se percebe com medo de se abraçar de vez a essa Dona Solidão, são gelados os seus braços, as mãos da solidão não suam, não lhe apertam os dedos. Os olhos de Dona Solidão são tão profundos que não se vê o fim, são tão negros quanto esse céu noturno sem luz nem de lua, essa anda a se esconder, como que para deixá-lo sem rumo. Como já são velhos esses sentimentos, o pó já se acumula sobre o telefone no canto da sala, dele já não ouve som algum já faz tempos.
Faz falta ao moço segurar em uma mão quente, na frente da tv, vendo alguma bobagem no sbt. Os lábios secos, a barba cresce lenta, as costas que se curvam, sente o tempo lerdo se perdendo, passa pela janela tão lento quanto esse calor. Sua sorte é o Belchior cantando em sua vitrola, e nas Paralelas o disco riscado repete incansável, “Como é perversa a juventude do meu coração, que só entende o que é cruel e o que é paixão”.
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3 comentários:
o problema desses blogs é isso, qualquer um pode escrever qualquer bobagem e dizer que ta fazendo literatura, o negócio é ficar nas livrarias mesmo.
Sabe Cabelo, essa coisa da ausência, sei lá... Aproveitando que somos antropólogos (vixi, graças à Deus tem coisa pior!) cito aqui um saudoso 'colega'. Pierre Clastres dizia, falando sobre a ausência de Estado de algumas sociedades: "...há uma presença nessa ausência". Acho isso genial! Mas agora tá tão dificil - eu aqui, sexta a noite, na ausência do que fazer, na ausência de gente pra reclamar (sorte deles!) e brigando tanto, com todo mundo... não gosto dessa ausência, de jeito nenhum! Queria tanto descobrir essa presença do Clastres... E escrever (aqui no blog, por exemplo), como dizem, é representação, não é presença.
(Ñ tô te defendeno, viu?! Eh q hj meu 'mood' tah tipo pra barraqueira, sabe como?!)
Então... Ñ vi o blogueiro chamando isto de literatura e assim... Vai lah nas livrarias mesmo, lah tem literatura da boa sem erro: O mundo de Sofia, Brida, Quem roubou meu Queijo...
Vai lah!
hahahahahahahah Rir p ñ chorar, digo... quebrar o barraco!, aff!
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