quinta-feira, agosto 27, 2009

Da série: memórias de infância

Kika era a cadela vira lata de meu vizinho, como boa cadela, periodicamente nos presenteava com sua ninhada. Na minha vizinhança filhotes de cães tinham os mais variados destinos, o primeiro deles era o Corguinho do fim da rua, sem muitas delongas os filhotinhos eram lançados à companhia dos ratos, bem criados por sinal. Nossa turminha dava um fim mais humanitário pros bichinhos: primeiro, pegávamos uma caixa de papelão, meia dúzia de filhotinhos dentro e um passeio pelos quarteirões, escolhíamos casas bem acabadinhas, afinal as pessoas precisam de uma boa situação pra cuidar das crias, segundo, víamos se não tinha outro cachorro, especialmente grande, pois pode querer acabar com o novo hóspede. No mais, era a fé de que o cachorrinho ia comover o coração da nova família. De tempos em tempos passávamos pra conferir se a criaturinha engordava nos novos quintais, se ali não estavam, não era muito difícil que estivessem sendo devorados por alguma ratazana no nosso querido Corguinho.

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