A partida
Sentado na cama fica olhar para a parede azul de seu quarto, pensa que em breve será o azul do mar a lhe acompanhar o olhar perdido, as malas feitas se espalham pelo chão, o velho sentimento de que esqueceu algo, a hora do ônibus está próxima e o carro vai sendo ocupado por suas coisas.
Pela janela a paisagem tão comum vai correndo do seu olhar assim como uma lágrima corre pela sua face até salgar seus lábios, uma parada rápida na casa de seu bem e um beijo apressado pelo horário. Na rodoviária ele observa o vai e vem de ninguéns tão estranhamente comuns, malas e caixas etiquetadas, é hora da partida, ficam as histórias de amores, amigos e bares.
A angústia da saída da cidade tão pobremente triste lhe toma, ou seria a sua que lhe da esse ar tão pobre, noite adentro e o ônibus corta a escuridão rumo ao sul, rumo a uma ilha ensolarada, ele encosta a cabeça na janela e fica a olhar para o nada dividido pela estrada e dorme.
A chegada
A noite da lugar ao dia, a ilha esta perto, fica tentando imaginar o que vem pela frente, cria rostos e formas de pessoas e coisas, a expectativa, o medo e angústia,tudo que ele queria agora era acordar ao lado de seu bem, tomar um café e fumar um cigarro. Quarenta minutos de sonolência em uma poltrona de ônibus que vai de largar em sua nova vida, a entrada da cidade nova, tão pobre quanto a saída da cidade antiga, não fica triste nem contente, apenas ansioso por um café e um cigarro, a rodoviária enfim, para e pega a suas coisas segundo as suas etiquetas, encosta na lanchonete, e pede um café médio, puro, acende um cigarro e calmamente traga, é a chegada.
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Um comentário:
Na estacao o cronista espera ao colega chegar... Lembra os cafes bebidos, os cigarros aderidos, gostosos; and all the heart always given in just a little kiss...meu bem.
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