sexta-feira, outubro 27, 2006

mais um comentário anônimo (que é nônimo na verdade), esses comentários do nônimo são melhores que os posts, mas tudo bem...

Anônimo disse...

Quanto tempo sobra para partir a alegria? "Hein?"
Bons. Tempos. Quantos. Poxa, já nem me esqueço mais.
(Ou - O quão será elástica uma tristeza? Ela puxando prum lado e eu pro outro - "e nunca arrebenta!" -, ou será que não?)
Ok. Mas então, você ainda está cavando esse buraco... pra quê? "Para si interrar, pra si interrogar". Dúvidas, duvida? Como deita o ditado: se alguma coisa não tem fim (?), a outra sim (!)
Ah, já chega né?! De senso comum e mesmice bastam as boas aulas de antropologia... Vamos para a terceira margem ("é bom virar essa canoa, senão lá não se chega hein!"). Vamos conjugar o verbo na quarta pessoa do plural ("no começo era o delírio do verbo...")
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"Mas hein? Tá bom, deixo a última, sinceríssima: O bar do Gerson não é mais o mesmo sem vocês! Aí, viver só, olhando pro mar"

7 comentários:

Anônimo disse...

esses comentários sempre me tiram um sorriso

Anônimo disse...

http://lavender.fortunecity.com/fulbourne/510/quino/tiras_mafalda/felipe.gif

Anônimo disse...

"Rosa gostava muito do corpo fônico das palavras.
Veja a palavra bunda, Manoel
Ela tem um bonito corpo fônico além do
propriamente."

A gente quer tudo nessa vida, né: o corpo fônico e o propriamente. Será que eu consigo? Bom, quem sabe um dia...

Anônimo disse...

Consegue, mas se não não conseguir, tb ta valendo...
vc saiu do orkutis? eu queria te perguntar se vc sabe de alguma casa pra alugar aí em dezembro, que pai ta afim...
Bjs!

Anônimo disse...

Adiamento - álvaro de campos

Depois de amanhã, sim, só depois de amanhã...
Levarei amanhã a pensar em depois de amanhã,
E assim será possível; mas hoje não...
Não, hoje nada; hoje não posso.
A persistência confusa da minha subjetividade objetiva,
O sono da minha vida real, intercalado,
O cansaço antecipado e infinito,
Um cansaço de mundos para apanhar um elétrico...
Esta espécie de alma...
Só depois de amanhã...
Hoje quero preparar-me,
Quero preparar-rne para pensar amanhã no dia seguinte...
Ele é que é decisivo.
Tenho já o plano traçado; mas não, hoje não traço planos...
Amanhã é o dia dos planos.
Amanhã sentar-me-ei à secretária para conquistar o rnundo;
Mas só conquistarei o mundo depois de amanhã...
Tenho vontade de chorar,
Tenho vontade de chorar muito de repente, de dentro...
Não, não queiram saber mais nada, é segredo, não digo.
Só depois de amanhã...
Quando era criança o circo de domingo divertia-rne toda a semana.
Hoje só me diverte o circo de domingo de toda a semana da minha infância...
Depois de amanhã serei outro,
A minha vida triunfar-se-á,
Todas as minhas qualidades reais de inteligente, lido e prático
Serão convocadas por um edital...
Mas por um edital de amanhã...
Hoje quero dormir, redigirei amanhã...
Por hoje, qual é o espetáculo que me repetiria a infância?
Mesmo para eu comprar os bilhetes amanhã,
Que depois de amanhã é que está bem o espetáculo...
Antes, não...
Depois de amanhã terei a pose pública que amanhã estudarei.
Depois de amanhã serei finalmente o que hoje não posso nunca ser.
Só depois de amanhã...
Tenho sono como o frio de um cão vadio.
Tenho muito sono.
Amanhã te direi as palavras, ou depois de amanhã...
Sim, talvez só depois de amanhã...

O porvir...
Sim, o porvir...

elias disse...

Fer?
hoje lia álvaro de campos quando vinha para meu hoje de tarde, mas ainda é manha, e hoje, mas amanhã, desses amanhãs distantes, ah, que venha logo...

Anônimo disse...

O bar do Gerson não é mais o mesmo, mesmo! Acho que ele fechou, desistiu.. E agora? Onde vou comer os lanches, falar de coisas sérias e de filosofia, beber do conhaque e das cervejas? Onde vou ancorar meu porto seguro? Foi triste como se deu a notícia, sabe... Cansado de mim desci pra tomar uma cerveja e comer um tradicional com ovo (e me trocando pra ir, sedento, já salivava por gente, conversa e bar - além do lanche). Chego lá em baixo e tá tudo fechado, as luzes apagadas, o cadeado trancado - aí lembrei, veja só! (caramba...), lembrei que ele tinha me dito, na terça-feira: "Olha, acho que vou fechar o bar essa sexta..." Poxa, e eu não apareci lá na para tomar todas as derradeiras saideras, ficar enchendo o saco dele até altas horas da matina, dar um abração no cara, desejar toda a felicidade do mundo... e todas essas bobagens tão importantes! De minha parte, ingratidão, pois aquele bar me era muita coisa... Poxa!, lá levei meu irmão, minha mãe, para para beber, e conversar, e se embriagar...e pena não ter podido levar o Sr. Firmino para conhecer o Gerson, e os outros tantos amigos queridos.
E agora Elias? Que tristeza cara!, aguda, e já sem o tradicional chão pra me apoiar. Pois eis o fato: ali onde as coisas começaram - pelo menos pra mim -, ali, o que (me) era se acabou, se findou, foi-se, fechou... e se lamentar, agora, aqui, já não é opção: Choro em homenagem aos bons tempos do bar do Gerson, ao que um dia chamamos "nosso bar".