sexta-feira, dezembro 23, 2005

carta à amada

Ta bom, te dou aquela foto que você me pediu e eu gosto tanto, já me recusei a dá-la para todas, elas sempre me pedem essa foto, mas pra ti eu dou meu bem. Assim como tenho me entregado de alma mais ainda que de corpo. Pois é, agente não precisa se preocupar tanto assim com as coisas do corpo, e como são lindas nossas trepadas, te dou minha foto e minha alma.
Retrato, imagem e semelhança, diz muito aquela imagem minha, fala sobre mim, da até pra ver meus pensamentos. Você enxerga? Preste atenção que da pra ver. Pensava em ti mesmo sem saber que seriamos assim tão amantes, como pode? Penso em você desde sempre, mesmo sem saber que era por ti que escrevia aqueles poemas na juventude, mal eu existia e já sentia saudades tuas e chorava de desespero, de medo de te perder, que medo que eu tenho meu bem de perder sua face perto da minha ao amanhecer.
Olha ai na foto, ta vendo certa tristeza no semblante, era porque ainda não havia te encontrado, era por você que me isolava das pessoas e me refugiava entre a fumaça do cigarro, veja o cigarro na minha boca me acompanhando nesse, e em outros momentos de introspecção. Lembra quando agente se encontrava naquelas festas e agente se olhava, lembra? Nossa lembra como eu bebia desesperadamente, era por pura angústia de te encontrar, não sabíamos né, que seríamos assim tão amantes, tão cúmplices.
Mesmo quando demos aqueles primeiros beijos, não percebemos que nossos traços são tão semelhantes, dizem que agente se parece, deve ser porque somos tão amantes que nos confundimos um no outro. Quero perder a noção de onde começa o seu corpo e termina o meu, assim como quando nos amamos e terminamos em risadas, quero rir muito ao seu lado minha querida e chorar também, chorar de saudades, enquanto ainda choramos a falta do outro ainda não nos perdemos meu bem, não perdemos, não vamos nos perder.
Veja minha letra como é tremida, difícil te escrever agora que sua partida é tão recente, meus pensamentos tão confusos como um turbilhão essas imagens que vão brotando parece uma tempestade minha querida, tem uma tempestade aqui dentro de mim, ta causando um estrago terrível, derrubando arvores que demoraram tanto pra se desenvolverem, suas raízes eram tão profundas. Vou me despedindo agora minha querida esperando a calmaria de tua presença.

Beijos apaixonados de seu
cabelo

Um comentário:

Paula Cantieri disse...

q dor gostosa de se amar...