terça-feira, dezembro 20, 2005
parede mofada
Fuma como nunca. Bebe como jamais fizera. Desesperada angústia de um bem viver, não sabe se é certa a maneira que faz, mas mesmo assim atropela os acontecimentos e vira uma taça após outra com a voracidade dos jovens poetas românticos.Talvez morra aos quarenta, ou ainda antes, dado sua magreza e a negritude de suas olheiras. Seu pulmão dói ao menor esforço, sua cabeça só fica leve quando o corpo é entupido por aspirinas e não consegue comer, quando o faz vomita desesperadamente. A cada tosse espera pelo sangue que não vai demorar a sair de sua boca, seu pau não fica duro quase nunca, não pensa mais em transas e nem sequer se masturba, a morte se aproxima como um cão farejando o mijo do rival, seus olhos secos só umedecem quando avista os retratos dos bons momentos colados pela parede mofada de seu quarto.
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Um comentário:
o cabelo voltando da cidade grande nos disse: gostei naum, é gente demais no meio do povo.
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