quinta-feira, outubro 20, 2005

a morte é amarela


Deleitam-se ao vento,
libertas, dançam em par.
A vida que esvai num lento momento
procurando na morte seu eterno lugar.
Jogam-se sem medo do devir,
na queda suave o princípio do fim,
o gozo da viagem, o orgasmo por vir.
Morte a produzir encantos,
no molhado asfalto sem sequer frio sentir,
vão definhando espalhadas pelos cantos,
o amarelo da lugar a putrefação,
desprezadas em seus últimos devaneios.
Sua beleza agora mórbida,
me toma os pensamentos, encanto póstumo
só o sinto agora.

Um comentário:

Anônimo disse...

essa escatologia me lembra muito a beleza da morte que é para os Araweté, povo tupi guarani que acha o mundo uma degenerescência e a morte o passaporte para a vida verdadeira. um araweté teria escrito isso? certamente.