sábado, outubro 08, 2005

morte

Uma mosca sentou em minha mão, já não havia mais pulso, a pele perdera a umidade e consistência, no canto do olho, sem brilho, uma lágrima seca de sangue, da boca aberta sem uma gota de saliva podia-se ouvir os vermes se alimentando entre os ecos dos últimos gemidos de horas atrás, talvez dias, anos, séculos... sentado ao lado, me observo atônito, fico olhando meu corpo seco que parece desmanchar, sinto o gosto do viscoso líquido vermelho que a terra sugou até a última gota, como um vampiro.

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