quarta-feira, janeiro 04, 2006

entre o dia e a noite


O momento entre o dia e a noite, entre o claro e o escuro, entre o azul e o negro está vermelho, aqui em londrina o céu fica vermelho por causa do reflexo da terra. Em outros tempos homens andavam a cavalo por aqui com suas lanças a massacrar índios, lanças modernas que cospem fogo eu diria, vasculhando pseudo-vazios à procura de riquezas, talvez a terra não fosse vermelha antes, esse vermelho tem é gosto de sangue. Ó grandes heróis desbravadores, ó meus caros pioneiros, quão pobres foram seus espíritos cuspidores de fogo, ó pequena londres de terra vermelha de sangue, planejada para ser grande vai amontoando pobreza e violência pelos cantos, acantonamos aqueles primeiros agora acantonamo-nos a nós mesmos.

3 comentários:

Anônimo disse...

Que lindo!

Paula Cantieri disse...

nossa cabelo, um triste réquiem para uma pobre cidade...

thais regina disse...

essa sua legoria está perfeita para o esquadrinhamento da tentativa de progresso urbanizante das cidades.
Todo esse sangue esvaido, replantado no solo de carne do moradores e transeutes londrinenses acaba por alimentar essa gente que ao ignorar o inferno abandonado à sua volta, rende-se a ele todos os dias quando o sono não permite grandes voos noturnos peloa lua da cidade.